
CULTURA DO CANCELAMENTO: MODERNA, MAS NEM TANTO!
By
Iron Mendes*
Conceitua-se a cultura do cancelamento como: Um fenômeno moderno segundo o qual uma pessoa ou um grupo é expulso(a) de uma posição de influência ou fama devido a atitudes consideradas questionáveis por um grupo social— seja on-line, no mundo real ou em ambos. É uma forma de silenciamento e de censura da opinião das pessoas através da intimidação real ou virtual com o intuito de desqualificar seu discurso.
Embora seja tratada como um fenômeno moderno por conta da expansão das mídias sociais através da Internet, sua prática é bem antiga. Os gregos já praticavam o Ostracismo – uma forma de desterro político- como formar de anular a influência de seus inimigos na Polis.
A prática de expurgos através do banimento dos seus adversários políticos acontecia na história das revoluções com muita frequência. A exemplo, podemos citar a série de julgamentos públicos dos opositores de Stálin, ocorridos na União Soviética de 1936 a 1938, ficou conhecida como Processos de Moscou. Velhos líderes bolcheviques, que dirigiram a Revolução Russa, foram assim banidos, consolidando o poder absoluto de Stálin.
Hoje a cultura do cancelamento se expressa de forma massificada através do boicote nas redes e de linchamento público, através de comentários intencionais, visando destruir a reputação de personalidades que são consideradas desafetos por emitirem determinadas opiniões. O Cancelamento não se limita só a pessoas, mas também a empresas e marcas de produtos.
Compreender os mecanismos de como são aplicados esses métodos de cancelamento hoje, é muito importante para não sermos injustos em nossas avaliações, separando a farsa da verdade que circula no discurso público dessa aldeia global que estamos imersos.
*Iron Mendes é professor, Mestre em Filosofia e Especialista em ensino de Astronomia e Ciências Afins
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