
Por que a esquerda não consegue dialogar com os evangélicos ?
By
Djalma Júnior*
A relação entre a esquerda política e os evangélicos é marcada por uma série de desafios e complexidades. Uma das principais razões para a distância entre esses dois grupos é a diferença ideológica em questões sociais. A esquerda política tende a ser mais progressista em temas como direitos LGBTQ+, aborto e igualdade de gênero, enquanto muitos evangélicos têm visões mais conservadoras sobre esses assuntos, muitas vezes baseadas em interpretações religiosas.
Além disso, a percepção de que a esquerda é anticlerical ou anti-religiosa pode criar uma barreira significativa para a aproximação. Muitos evangélicos podem sentir que a esquerda não respeita ou não entende suas crenças e valores, o que pode levar a uma desconfiança mútua.
Outro ponto importante é a diferença nos valores e prioridades. Enquanto a esquerda política tende a enfatizar a justiça social e a igualdade econômica, muitos evangélicos podem priorizar questões morais e religiosas, como a defesa da vida e a promoção da família tradicional. Essas diferenças podem criar tensões e dificultar a construção de uma base comum para o diálogo.
A falta de diálogo e comunicação eficaz entre a esquerda e os evangélicos também é um fator importante. Muitas vezes, os dois grupos podem estar falando em “frequências diferentes”, sem realmente ouvir ou entender as perspectivas um do outro. Isso pode levar a mal-entendidos e reforçar estereótipos negativos.
No entanto, é importante notar que existem muitos evangélicos que se identificam com a esquerda política e que há esforços para construir pontes entre os dois grupos. Alguns evangélicos podem se sentir mais próximos da esquerda em questões como justiça social, direitos humanos e proteção ambiental, e podem trabalhar juntos com a esquerda em projetos e iniciativas comuns.
Em resumo, a relação entre a esquerda política e os evangélicos é complexa e multifacetada, marcada por diferenças ideológicas, percepções negativas e valores diferentes. No entanto, também há oportunidades para o diálogo e a cooperação, especialmente em áreas onde os interesses e valores podem se alinhar.
*Djalma Júnior é professor da rede estadual de ensino, mestre em gestão ambiental e professor formador do IFPE.
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